Como ter sucesso com o Zombie Scrum!

Alguns anos atrás, Christiaan Verwijs e Johannes Schartau inventaram o termo “Zombie-Scrum”. Ele se tornou popular desde o início. Especialmente quando criamos o Blog: blog.zombiescrum.org. Nossa caixa de correio explodiu com solicitações de informações e o Workshop Zombie-Scrum se tornou um fenômeno.

Deixe me dar uma breve explicação sobre o Zombie-Scrum para aqueles que ainda não estão familiarizados com o este tema. À primeira vista, Zombie Scrum parece ser um Scrum normal. Mas falta um coração batendo. As equipes Scrum fazem todos os eventos do Scrum, mas raramente temos um entregável ao final da Sprint. As equipes zumbis tem uma definição pouco ambiciosa do que o “feito” significa e não tem um direcionamento para expandir isso. Eles se veem como uma engrenagem na roda, incapazes de de mudar e causar impacto: estou aqui para codificar! As equipes zumbis não assumem a responsabilidade pela falha ou pelo sucesso de uma Sprint, e também não tem a intenção de melhorar essa situação. Na verdade, ninguém se importa com esse time. As partes interessadas já esqueceram esse time há muito tempo.

Claro que isso parece muito atraente. A popularidade do Zombie-Scrum não é nenhuma surpresa. Esta publicação no blog irá focar em como ter sucesso com equipes de zumbis. O que você precisa realmente ter? Quais são as dicas e truques para iniciar o trabalho com essa equipe? Como tornar isso sustentável? Este artigo irá lhe oferecer algumas recomendações.


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Como começar a ter sucesso com as equipes Zombie-Scrum?

Feche as cortinas e apague a luz. As equipes zumbis prosperam na escuridão. Quanto menos transparência e visibilidade melhor. Isso torna a inspeção e a adaptação mais difíceis e desanima a melhoria contínua; o que é ótimo.

Crie a rede entre as equipes zumbis. É difícil entregar valor comercial com apenas uma equipe. Você criará dependências com outras equipes e surgirá a necessidade de mais coordenação. Todos sabemos que mais coordenação significa mais gerenciamento. É uma situação ganha-ganha.

Considere os eventos do Scrum opcionais. Conduza a Daily Scrum duas vezes por semana, o Sprint Review apenas quando houver algo para demo e a Retrospectiva quando houver algum tempo. As equipes zumbis consideram os eventos como reuniões chatas e demoradas.

Gire o Scrum Master a cada Sprint. Crie um item recorrente no Sprint Backlog de 4 horas para cumprir isto.

Comece a usar o objetivo da Sprint. Sim, isso pode parecer “Scrum saudável, mas não se preocupe, se o Sprint Goal for “fazer tudo que está no backlog”, você estará fazendo o Zombie-Scrum perfeitamente!

Promova “a nova forma de trabalhar”. Quem precisa de um espaço para a equipe? A agilidade verdadeira está em trabalhar em um local diferente todos os dias. Sentar-se como uma equipe só irá causar distração.

Contrate novos membros com vagas atraentes. Certifique-se de usar termos populares como “Framework Ágil”, “SCRUM”, ou “Agilidade corporativa”. Você definitivamente atrairá zumbis para sua organização.

Altere continuamente a duração da Sprint. As equipes Zombie-Scrum gostam da falta de um ritmo claro.

Certifique-se de ter um Dono do Produto. Mas isso não é Scrum saudável? Não, porque será um PO sem a visão do produto, sem conhecimento do Scrum, e sem a capacidade de fazer o gerenciamento das partes interessadas. O sucesso do Zombie-Scrum é garantido.

Configure uma ferramenta digital com fluxos de trabalhos complexos para gerenciar o Backlog do Produto. Nomeie o Scrum Master como administrador.

Não use o time-box nos eventos. Nada supera 8 horas de Sprint Planning ou uma Daily de 45 minutos.

Incentive o trabalho em vários projetos. Quem precisa de foco? Lembre-se: quanto mais dependências, melhor.

Configure uma ferramenta de rastreamento de tempo. Registre o tempo individual gasto por tarefa e otimize a utilização dos recursos. Essas ferramentas realmente ajudam você a culpar os membros mais lentos da equipe e promover a cultura do medo.

Ignore e reunião de kick-off. Prometa ter uma, mas cancele um dia antes alegando motivos de economia de tempo. O desapontamento dará um grande impulso ao Zombie-Scrum.

Crie uma equipe pronta. Esta equipe consistirá no Product Owner, Analista de Negócio, Analista de Informação, Arquiteto, etc. Eles prepararão o trabalho para os desenvolvedores. Eles não precisam estar cientes da intenção de cada item do backlog. Eles só precisam construí-lo e não fazer perguntas.

Evite ter alguém de teste nas equipes Scrum. Essa pessoa só aumentará a oportunidade de entregar um incremento “feito”, algo que as equipes zumbis desejam evitar a qualquer custo.

Use sempre o formato padrão para histórias de usuário. Como uma equipe Scrum, sempre queremos usar o formato da história do usuário, mesmo quando não faz sentido.

Incentive o débito técnico. Isso diminuirá a qualidade do incremento e terá impacto “negativo” na velocidade e valor comercial fornecido. As partes interessadas ficarão desapontadas e deixarão de participar da revisão da Sprint. Outra razão para ignorar o Sprint Review.

Promova as transferências. Quanto mais melhor. Diminuirá drasticamente o tempo de execução e aumentará a quantidade de coordenação. Adicionar uma outra camada de gerenciamento é, portanto, uma opção válida.

Incentive o Product Owner a aceitar mais trabalho durante a demonstração. Isso permite que o Product Owner não esteja presente durante a Sprint. Além disso, você não precisa das partes interessadas durante a demonstração. Eles não estão interessados mesmo.

Comece a usar a velocidade como KPI principal para o gerenciamento. A velocidade é um instrumento útil para o gerenciamento para controlar e monitorar a equipe de desenvolvimento. Trabalhando com várias equipes? Não há problema, basta comparar a velocidade das equipes entre si

Estime o backlog do produto em horas. Quem se preocupa com o valor do negócio? É o tempo que importa. O tempo é dinheiro certo?

Não envolva o time na composição do próprio time. Isso apenas incentivará a colaboração e a auto-organização. Isso não é Zombie-Scrum, isso é Scrum saudável.

Respeite os líderes na equipe Scrum. Você precisa de um Desenvolvedor Líder, Arquiteto Líder e Design Líder.

Promova o gerente gaivota. Os gerentes gaivotas voam, fazem muito barulho, bagunçam tudo, depois voam de novo deixando toda essa bagunça para trás. Ele é ótimo para as equipes Zumbis.

Esqueça sobre ter um propósito e uma visão. Estes são conceitos altamente valorizados, apenas promovidos por consultores externos caros.

Você já tem tudo isso? Ótimo! Você está pronto para começar com o seu time zumbi, com uma implementação sustentável.

Vamos começar o primeiro Sprint eterno, mais conhecido como Sprint 0!

Conclusão

Nesta publicação, descrevi como começar o time zumbi. Mais importante: eu dei algumas dicas e truques sobre como torná-lo sustentável. Com certeza, existem muitos outras maneiras de começar a ter sucesso com os times zumbis. Ative sua mentalidade cínica / sarcástica / cética e eu acredito que você encontrará mais dicas e truques.

Você pode se perguntar porque eu escolhi este formato. Bem, às vezes é útil pensar “negativo” em vez de “positivo”. Faça perguntas como “como podemos tornar esta situação ainda pior?”. Uma perspectiva diferente pode levar a insights que você não teria pensado.

Se você tem outras ideias para “ter sucesso” com o Zombie-Scrum, sinta-se à vontade para compartilhá-las. Se você está interessado na oficina de Zombie-Scrum de 4 horas, oferecemos: me avise!

PS: Christiaan Verwijs e Johaness Schartau estão atualmente escrevendo um livro sobre Zombie-Scrum! Se você gosta do tópico e deseja se juntar à resistência Zombie-Scrum e manter-se informado sobre o progresso do livro: inscreva-se no site do Zombie-Scrum.

Texto Original: https://www.linkedin.com/pulse/how-succeed-zombie-scrum-barry-overeem/

Publicado por: Barry Overeem

Sobre o autor

Rodrigo Zambon
Sólida experiência em Metodologias Ágeis e Engenharia de Software, com mais de 15 anos atuando como professor de Scrum e Kanban. No Governo do Estado do Espírito Santo, gerenciou uma variedade de projetos, tanto na área de TI, como em outros setores. Sou cientista de dados formado pela USP e atualmente estou profundamente envolvido na área de dados, desempenhando o papel de DPO (Data Protection Officer) no Governo.
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