Design Thinking – Governo do Estado do Espírito Santo
No post de hoje vou interromper a minha sequência de artigos em agilidade para contar uma experiência muito bacana que tivemos aqui no Governo do Estado do Espírito Santo. A nossa escola de governo (ESESP) em parceria com o nosso Laboratório de Inovação está realizando uma série de cursos na área, e nos dias 23 e 24 tivemos o Curso de Design Thinking ministrado pela Wegov.
Embora já tenha feito diversos cursos na área ou mesmo em áreas afins, não havia trabalhado até então com questões tão complexas, quanto as que trabalhei no curso. O interessante foi que mesmo para estes problemas, o processo de geração de ideias se mostrou extremamente eficiente. Nem todas as ideias geradas dependiam de recursos financeiros.
A Wegov é um espaço de aprendizado em governo que busca transformar a realidade da gestão pública brasileira a partir do empoderamento dos agentes públicos. A instituição promove e realiza oficinas e eventos que proporcionam o compartilhamento de informações e de projetos inovadores entre os agentes públicos para que possam ser replicados.
O realização do curso para os servidores públicos no governo do ES foi inédita. Durante o treinamento, muitos insights aconteceram na turma. O Laboratório de Inovação teve a preocupação de selecionar pessoas-chave na organização para participar. A intenção foi descobrir os primeiros adeptos do projeto para que a cultura da inovação possa ser disseminada.
O treinamento em si contou com o básico do processo de Design Thinking. Buscou-se entender melhor o espaço do problema a ser trabalhado, a criação de personas, a geração de ideais, seleção e prototipação. Existem várias ramificações do pensamento de design, mas todos eles seguem o fluxo dos duplos diamantes. O primeiro diamante começa por divergir quando passamos a conversar com os nossos diversos stakeholders-chave e posteriormente converge através do agrupamento destas conversas, com a identificação dos pontos relevantes. O segundo diamante diverge novamente no momento da geração de ideias. O intuito é pensar no problema identificando possíveis soluções. Neste momento, é recomendado desligar nossos filtros. Precisamos sempre colocar nosso usuário no centro das atividades.
Durante o treinamento os participantes puderam exercitar ferramentas visuais e trabalhar de forma colaborativa. Ficou claro que, quando nos colocamos no lugar dos outros, nossa percepção do problema muda. As dores do usuário ao elaborarmos o blueprint do serviço, até então eram desconhecidas. O principal objetivo do serviço público é resolver o problema dos cidadãos, impactar positivamente a vida das pessoas.
Cada grupo gerou um protótipo, que certamente será avaliado e caso seja viável, porque não testar?
Nossa intenção agora é seguir com esta turma e criar um ambiente propício para que possamos tirar essas ideias do papel. Estamos muito motivados para isso acontecer!
Com base na Difusão da Inovação de Rogers, o desafio agora é vencer o abismo que temos para chegar à “primeira maioria”. Não é fácil, pois temos muitos fatores culturais que limitam o avanço da inovação no setor público. Muitos gestores ainda não reconhecem seu valor. Cabe a nós servidores que já possuímos este mindset, influenciarmos os demais.
Para criar inovações significativas você precisa se preocupar com a vida das pessoas!
Sobre o autor
- Sólida experiência em Metodologias Ágeis e Engenharia de Software, com mais de 15 anos atuando como professor de Scrum e Kanban. No Governo do Estado do Espírito Santo, gerenciou uma variedade de projetos, tanto na área de TI, como em outros setores. Sou cientista de dados formado pela USP e atualmente estou profundamente envolvido na área de dados, desempenhando o papel de DPO (Data Protection Officer) no Governo.
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