Ciência de Dados Ágil: incorporando agilidade na Ciência de Dados

Em meio à ascensão do mundo digital e à constante evolução tecnológica, a Ciência de Dados Ágil emerge como uma abordagem demandada pela maioria das organizações. Ao interagirmos com este conceito, é preciso entender que a ciência de dados não se resume apenas a números e algoritmos; é também sobre desenvolvimento. Especificamente, é sobre o desenvolvimento de aplicações web que se tornam a ponte entre o mundo complexo dos dados e os usuários finais. Essas aplicações são manifestações tangíveis de pesquisa aplicada, onde a prototipagem rápida, a análise exploratória de dados, a visualização interativa e o aprendizado de máquina ganham vida.

Ao mesmo tempo, no universo do software, os métodos ágeis de desenvolvimento tornou-se a norma. Frameworks como o Scrum revolucionaram a maneira como visualizamos a entrega de software, promovendo a ideia de que um software de qualidade pode ser construído em pequenos e constantes incrementos. No entanto, ao aplicar essa abordagem à ciência de dados, encontramos desafios únicos.

A ciência de dados, por sua natureza, busca insights que influenciam decisões. A questão é que esses insights precisam ser acionáveis. Isso significa que, mesmo que um modelo ou algoritmo esteja “completo” em termos técnicos, se não gerar um insight acionável, seu valor é questionável. Esta realidade nos leva a uma constatação: o desenvolvimento ágil por si só não é suficiente para garantir a Ciência de Dados Ágil.

Mas a Ciência de Dados Ágil vai além do mero desenvolvimento. É sobre criar uma simbiose entre dados, pessoas e negócios. É garantir que as descobertas feitas por cientistas de dados se traduzam em ações e decisões empresariais significativas. Essa integração assegura que os esforços de uma organização em ciência de dados se alinham com suas metas e objetivos gerais.

No entanto, um ponto crítico em muitos projetos de ciência de dados é o alinhamento (ou falta dele) entre as equipes de projeto. Não é raro ver equipes de analistas e cientistas de dados adotando uma abordagem ágil, enquanto a equipe de engenharia segue uma metodologia mais tradicional. Esse desalinhamento pode levar a desentendimentos, retrabalho e, em última instância, a falhas no projeto. A chave é uma visão clara e uma comunicação aberta desde o início.

Diante da vastidão dos dados com os quais trabalhamos hoje, seja em grande ou pequena escala, a Ciência de Dados Ágil propõe uma metodologia que leva em consideração as realidades imprevisíveis da análise de dados. No centro da minha pesquisa está a pergunta: como podemos efetivamente integrar a ciência de dados, uma disciplina que é inerentemente uma forma de pesquisa aplicada e que opera em um cronograma imprevisível, ao ciclo ágil?

A resposta a essa pergunta é complexa e está em constante evolução, mas o que é claro é que a Ciência de Dados Ágil representa uma abordagem inovadora que busca harmonizar dois mundos, aproveitando o melhor de ambos.

Sobre o autor

Rodrigo Zambon
Sólida experiência em Metodologias Ágeis e Engenharia de Software, com mais de 15 anos atuando como professor de Scrum e Kanban. No Governo do Estado do Espírito Santo, gerenciou uma variedade de projetos, tanto na área de TI, como em outros setores. Sou cientista de dados formado pela USP e atualmente estou profundamente envolvido na área de dados, desempenhando o papel de DPO (Data Protection Officer) no Governo.
0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *