PNL: lidando com equipes de alto desempenho
Esse artigo tem a finalidade de mostrar e valorizar o trabalho em equipe. Para isso o alinhamento dos membros do time deve estar bem centrado e focado. Cada vez mais no mundo contemporâneo o trabalho em equipe torna-se necessário em decorrência da segmentação das atividades. Cada membro da equipe tem seu papel definido por um líder e cabe a ele acompanhar de perto o desempenho de seus colaboradores. O papel do líder é fundamental para garantir o bom andamento do projeto e gerenciar crises que certamente aparecerão no decorrer das atividades.
Time unido: vitória de todos.
O trabalho em equipe hoje é condição fundamental para se atingir metas e objetivos dentro de uma organização. A segmentação do trabalho trouxe para dentro de nossas organizações uma nova exigência: a união de pessoas diferentes em grupos para a realização do trabalho. Com isso muitos times foram formados nas empresas e locais de trabalho para se obter a garantia de que a continuidade do trabalho seria mantida e que cada membro do time pudesse ter o seu reconhecimento. Ao término de uma atividade cada um teria sua participação no produto final.
Saber trabalhar em equipe é um desafio. A união de pessoas de diversas áreas e setores juntas pode ocasionar em primeiro momento uma crise gerada pela mudança e pela transformação do trabalho que antes era feito de uma forma e agora será feito de outra. A mudança repentina dentro das organizações é vista como ameaças e muitas vezes maléficas aos interesses pessoais. Cabe ao líder mostrar o outro lado. A mudança muitas vezes é uma forma de reinventar o trabalho e consequentemente a nós mesmos. Sair de nosso status quo requer esforço, concentração e muita disciplina e esse espírito de transformação deve estar presente em todo o time. Deixar o velho para trás, o antigo trabalho, a antiga equipe é sem dúvida uma forma de crescimento e vem provar que temos todos os recursos que precisamos para vencer situações.
Cada membro do grupo se apresenta com critérios e hábitos diferentes. Emoções, valores, cultura e traços sociais são itens que muitas vezes estão secretamente guardados e não estão visíveis, porém devem ser explorados ao máximo para que as diferenças possam ser minimizadas. A tarefa do líder aqui é ser um mediador. Cabe a ele enxergar além do que seus olhos possam ver. Se um líder fica centrado apenas em completar a tarefa e não se preocupa com a carga emocional presente na sua equipe, o trabalho pode demorar mais que o previsto para ser concluído ou mesmo pode haver a troca de integrantes dessa equipe por despreparo e falta de validação pelo gestor.
Reconhecendo valores
Os líderes de equipes precisam acima de tudo gostar de estar nessa posição; e em segundo lugar gostar de pessoas, além é claro de ser competente e capaz para gerir.
Gostar de pessoas e fazer com que elas façam o que você deseja é um exercício de paciência e influência que deve ser trabalhado a todo momento. O poder e a coação nem sempre são a melhor maneira de conseguir o que quer. Ao entrar em uma negociação com um colega de trabalho esteja sempre aberto a conceder e a reconhecer as qualidades do outro. Use a escuta ativa, ouça sem julgamentos e apenas acompanhe para depois poder conduzir.
Acompanhar, acompanhar e conduzir é uma ferramenta essencial dentro da Programação Neurolinguística. O Rapport como é chamado nos orienta a estabelecer uma relação de confiança com nosso interlocutor. O Rapport é a base para uma comunicação eficaz. Descobrir em que canal o outro se comunica, seus gestos, respiração e até mesmo a entonação da voz podem ser adequados para que nosso objetivo seja atingido e as informações de que precisamos possam fluir com mais facilidade. Mostre que ele só tem a ganhar em confiar no líder. Muitas vezes as pessoas se apegam mais no que vão perder do que no que vão ganhar. O desafio aqui é colocar todos na mesma direção e com o mesmo propósito. Dentro de uma equipe podem haver aqueles que consideram apenas mais um trabalho e aqueles que consideram o projeto como um salto em sua carreira. A importância dada por cada um é diferente nesse caso.
Líderes! Gostem de pessoas
“A tarefa da persuasão, do convencimento, é fazer gostar das pessoas em primeiro lugar” afirmou Robert Cialdini professor regente de psicologia na Universidade Estadual do Arizona e presidente do Influence at Work em sua palestra no Fórum Mundial de Negociação.
Em sua apresentação Robert Cialdini apresentou 6 princípios da influência e disse ainda: “São princípios tão básicos da natureza humana, tão centrais da era moderna, que você poderá usá-lo em todos os momentos de sua vida, no trabalho, na família e até mesmo com seus filhos”.
Vou agora detalhar esses princípios traçando um paralelo com a Programação Neurolinguística:
Reciprocidade – Saiba retribuir um favor. Na PNL encontramos diversas formas para validar o outro. Você pode exercitar sua escuta ativa, ouvir sem julgamentos e sem ficar formulando a o que vai falar depois. Apenas ouça e esteja sempre disposto a deixar a razão do outro lado. Não queira ter sempre razão, muitas vezes perdemos para o nosso egocentrismo e deixamos de aprender com as pessoas. Abra mão, flexibilize e procure sempre resolver as coisas da melhor forma possível para ambos saírem satisfeitos.
Escassez – As pessoas querem aquilo que não tem. Essa falta nos motiva a ir em busca de nosso objetivo. De ênfase a suas qualidades e principalmente as do colega. Todos somos seres únicos e cada um tem muito a contribuir um com o outro. O que não existe em você, pode haver de sobra no outro. Compartilhe experiências, use muito rapport e acima de tudo seja um ombro acolhedor naqueles momentos em que o outro mais precisa.
Autoridade – O líder deve passar confiança. As estratégias de motivação do líder devem ser diferentes para cada integrante do grupo, pois, as diferenças de crenças e valores são únicas em cada um. As pessoas precisam de um norte, um ponto e uma palavra para seguirem, caso isso não exista ficam perdidas e sem instruções. Saber separar o comportamento da pessoa é um recurso que a Programação Neurolinguística nos ensina a fazer com excelência. Muitas vezes criticamos a pessoa por um comportamento e rotulamos como sendo marca característica dela. Procure sempre também enfatizar o positivo sempre após o negativo. O emprego da palavra, “mas” é muito importante nesses casos. “Rodrigo você chegou atrasado hoje, mas continua sendo um excelente funcionário”.
Consistência – Ser consistente é tornar-se uma referência para o grupo. A Programação Neurolinguística em um dos pressupostos afirma que temos todos os recursos internos que precisamos. Confie na sua competência e na dos demais. Torne-os capazes para realizar as tarefas e sempre aumente a autoestima do grupo através de elogios e incentivos. Somos seres capazes de aprender, basta ter alguém disposto a ensinar.
Consenso – Se você acha que pode ou que não pode, em ambos os casos você está certo. A PNL surgiu da modelagem de atividades. Pessoas que desempenhavam bem suas funções foram estudadas e modeladas por Richard Bandler e John Grinder. Terapeutas e hipnólogos da época, entre eles Milton Erickson e Virginia Satir, foram amplamente avaliados. As estratégias desses gênios foram passadas a outros que por sua vez começaram a desempenhar as mesmas funções e a obter resultados parecidos. Os métodos de Milton Erickson hoje são ensinados graças a esse processo de modelagem desenvolvidos no surgimento da PNL. Seja curioso e pergunte para as pessoas que já vivenciaram determinada ativiadade. As experiências passadas são valiosas quando queremos obter resultados ainda melhores. No seu grupo seja observador, repare como alguém desempenha certa tarefa, pergunte como ela sabe que está alcançando seu objetivo, e esteja sempre atento.
Afinidade – As pessoas gostam de quem são parecidas com elas. Apegamo-nos a quem tem os mesmos gostos, prazeres, hábitos e valores. Saber acompanhar até descobrir do que o outro gosta é fundamental na comunicação. Voltamos aqui ao conceito mais importante da PNL, o Rapport. Descubra em que canal o outro se comunica, preste atenção às palavras que nosso interlocutor usa. Repare as pistas oculares e acompanhe gestos. Seja paciente e espere que o outro diga suas necessidades. Uma boa dica é se prender a um assunto em comum. Por exemplo, se descobrir que alguém gosta de cinema e que você também aprecia, prolongue um pouco mais e obtenha muitos pontos de concordância.
Construa projetos em torno de indivíduos motivados. Dê a eles o ambiente e o suporte necessário e confie neles para fazer o trabalho. “Manifesto Ágil”
Sobre o autor
- Sólida experiência em Metodologias Ágeis e Engenharia de Software, com mais de 15 anos atuando como professor de Scrum e Kanban. No Governo do Estado do Espírito Santo, gerenciou uma variedade de projetos, tanto na área de TI, como em outros setores. Sou cientista de dados formado pela USP e atualmente estou profundamente envolvido na área de dados, desempenhando o papel de DPO (Data Protection Officer) no Governo.
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